A batalha pela neutralidade da rede - uma chance de voltar

Os políticos dos EUA introduziram um novo projeto que invalida a decisão da FCC de abolir a neutralidade da rede em 2017.

Descobrir se a Neutralidade da rede tem chance de retornar.


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Breve histórico


Em fevereiro de 2015, a Federal Communications Commission (FCC) introduziu a neutralidade da rede. Ela proibiu os provedores de Internet de dar prioridade ao tráfego de qualquer fonte (por exemplo, plataformas de streaming) e cobrar uma taxa adicional pelo acesso aos serviços na rede. Em seguida, a ideia foi apoiada por mais de 80 mil organizações. Entre eles estavam grandes provedores de nuvem e empresas de TI.

Mas o conceito de neutralidade da rede não durou muito. Dois anos depois, em 14 de dezembro de 2017, a FCC decidiu considerar o acesso à Internet como um serviço de informações. De acordo com a lei de comunicações, os provedores obtiveram mais liberdade na definição de tarifas, e as regras de neutralidade da rede deixaram de se aplicar a elas.

A decisão da FCC levou a protestos públicos - as pessoas estavam convencidas de que isso levaria a um aumento descontrolado dos preços dos serviços de Internet. Até grandes empresas e políticos de TI se opuseram à abolição da neutralidade da rede. Em 2018, um grupo de ação de empresas de TI liderado pela Mozilla entrou com uma ação contra a Comissão. Os governos de treze estados (como Califórnia e Vermont ) tentaram promulgar suas próprias leis, deixando as regras de neutralidade da rede em vigor.

A luta não para mesmo depois de um ano e meio. Uma das mais recentes iniciativas para restaurar as regras de neutralidade da rede foi lançada em meados de março, no nível federal.

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Em março, representantes do Partido Democrata dos EUA apresentaram um novo projeto de lei - a Lei sobre a Lei da Salvação na Internet. É um pequeno documento de três páginas e prescreve a restauração do decreto de 2015 sobre a neutralidade da rede e a força legal para todas as regras que foram canceladas pela FCC dois anos antes. O texto do projeto está disponível no site do Congresso.

A proposta dos democratas foi apoiada por várias organizações sem fins lucrativos. Segundo o representante do grupo Common Cause e o ex-líder da FCC Michael Copps, a abolição das regras de neutralidade da rede levou os provedores a subestimar a velocidade de conexão dos clientes que utilizam os serviços dos concorrentes. Na sua opinião, o retorno da neutralidade da rede restaurará um ambiente saudável da Internet.

Representantes da comunidade de comércio eletrônico também defendem a nova lei. Eles acreditam que, em condições desiguais, pequenas empresas não têm capacidade e recursos para competir com grandes varejistas que podem negociar com fornecedores.


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Representantes da Associação da Indústria de Comunicações e Computadores (CCIA), que inclui grandes provedores de nuvem e empresas de TI, também falaram positivamente sobre o novo ato. Segundo eles, a lei protegerá não apenas os negócios, mas também os clientes - os consumidores terão condições iguais de acesso aos serviços on-line.

O retorno das regras de neutralidade da rede também é suportado por usuários comuns. Em uma pesquisa de 2018, entre milhares de americanos, 86% dos entrevistados se opuseram à opção de os fornecedores restringirem o acesso a determinados serviços ou recursos.

Não é de surpreender que um dos principais oponentes do ato fosse a Comissão Federal de Comunicações. Eles criticaram a lei em si e os resultados de um estudo realizado entre usuários da Internet. A FCC disse que as regras de neutralidade da rede eram muito rígidas em relação aos provedores de Internet e não atendiam aos requisitos de nosso tempo.

A comissão disse que a abolição da neutralidade da rede teve um impacto positivo no setor de Internet do país. Para sustentar seu ponto de vista, a organização citou estatísticas segundo as quais 2018 foi um ano recorde para o volume de fibra depositada, e a velocidade de download, em média, no país cresceu 36%. A FCC diz que um retorno às regras passadas reduzirá o investimento no desenvolvimento de tecnologias de rede e retardará a implantação de redes 5G no país.

Perspectivas para o projeto de lei


Agora, a lei tem todas as chances de passar pelas duas casas do Congresso, já que os democratas têm maioria na Câmara dos Deputados. No entanto, em sua forma atual, provavelmente, o presidente dos EUA não o assinará, já que o governo ainda não mudou de opinião sobre a questão da neutralidade da rede.

É provável que o ato seja revisado. Vários políticos já expressaram sua disposição em buscar um compromisso e emendar. Talvez desta vez as partes possam concordar e aprovar uma lei que sirva a todos.

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Source: https://habr.com/ru/post/pt445064/


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